quarta-feira, junho 01, 2011

CARTA ABERTA À COMUNIDADE

PAIS, ALUNOS E FAMILIARES



Nós, Professores Efetivos e ACTs, Assistentes Técnico-Pedagógicos e demais Funcionários do Estado de SC, solicitamos seu apoio para a greve que foi deflagrada a partir de 18 de maio de 2011, a fim de pressionar o governo do Estado de SC à implantação urgente do piso salarial do magistério, que é direito de toda a categoria, independente da função exercida e extensivo aos aposentados.

Sabemos que não construiremos um estado, uma nação com paralisações, pois o maior prejudicado sempre é o povo que elege os governantes e paga seus impostos para, em troca, usufruir serviços públicos de qualidade. Esses serviços oferecidos em SC são CRÍTICOS.

Porém, a realidade nos obriga a lutar para que se cumpra a lei do piso salarial nacional para a categoria, devidamente aprovada por maioria absoluta no Congresso Nacional (2008) e Supremo Tribunal Federal (2011). O governo do Estado alega que precisa “estudar” o acórdão que regulamenta esses pagamentos, o que resulta em meses e meses de adiamentos e enrolações.

Pais, o governo sabe, desde a aprovação da lei, que teria de se organizar financeiramente para pagar essa nova folha do magistério. E o que fez? Recorreu ao STF!!! É isso mesmo!!! LHS e seu secretário Paulo Bauer, trataram de “levar com a barriga” para se elegerem senadores, sabendo dos péssimos salários e condições precárias das escolas da rede estadual. Ou seja, só pensaram em suas ambições políticas (alianças, conchavos, promessas de cargos, trocas de partido) e não cumpriram seus compromissos de administrar SC.

É importante mencionar a situação das escolas da rede estadual, sucateadas ou interditadas inúmeras vezes, com reformas e obras intermináveis. É um quadro de total descaso com os professores, alunos e funcionários.

Faltam livros didáticos desde o início do ano letivo, obrigando-nos a deslocar material didático de uma turma para outra.

A escola não tem recursos financeiros próprios para o pagamento do telefone, contador e outras despesas.

Continuamos utilizando o quadro de giz enquanto o estado compra quadros brancos caríssimos e não dispõe de recursos para comprar os canetões para neles escrevermos (o giz traz problemas à saúde de mestres e alunos).

Estamos proibidos de nos alimentar da merenda oferecida aos alunos e, pasmem, o valor do nosso vale-refeição é de R$ 132,00 (desde 1999 não é reajustado).

Em caso de doença, consulta médica ou exames temos que repor as horas justificadas com atestados para não sofrermos punições.

As escolas não dispõem de um bibliotecário e não podem proporcionar esta valiosa ferramenta de consulta e pesquisa à nossa comunidade (dezenas de livros foram perdidos ou danificados por não termos o controle do acervo).

Funcionários gravemente enfermos são encaminhados de volta para o trabalho pesado pela perícia médica, agravando o seu quadro de saúde.

Temos que trabalhar como “animadores” e ajudantes em festas promovidas para angariar fundos para a escola (olhem o DESCOMPROMISSO DO GOVERNO de novo!!!).

Muitas vezes somos desacatados e agredidos por alunos que não têm consciência da importância do professor na sua formação, o que acaba gerando doenças laborais como depressão, síndrome de pânico “Burn out”, problemas de cordas vocais que afetam nosso corpo e nossa alma.

Como os senhores podem constatar, a lista de problemas é extensa e ainda tem muito mais!!! Os problemas perduram há muito tempo, obrigando-nos a improvisos que, muitas vezes, colocam em risco a saúde de todos e interferem nas atividades pedagógicas.

Isto posto, pedimos seu APOIO E SOLIDARIEDADE à nossa luta e nos comprometemos a repor todas as aulas não ministradas, em horários que serão posteriormente organizados. Somos trabalhadores e responsáveis pelos nossos atos. Não prejudicaremos nenhum aluno que estiver impossibilitado de comparecer às aulas de reposição.

Esperando sua compreensão, pedimos desculpas pelos transtornos que poderão ocorrer durante o período da greve.

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